terça-feira, 7 de julho de 2015

Sobre a ordem natural para transgredir.

"[...] Admitir que é possível para uma criatura fazer algo que não pode é chamá-la a criar junto [...]"

NILTON BONDER em A Alma Imoral.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Maré.

Avança maré,
Que não outras,
Outras quaisquer,
Dos lodos
Das noites


(Açoite os ares,
Cubra as vontades!
...Languida fé
Escorre, arde...).

O sonho,
As paisagens...
Suas curvas,
Suas artes
Arde, arde!

Helena.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Passarinho.

Passa passarinho e amassa a flor preteada. Cantando versos regassa pétala alva e espera, espera... Dorme e acorda sol de primavera. Espera, passa, regassa, enlaça. Canto de agudo calor se movimento círculo for: é salva de amor, é salva de amor!

Helena.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Bagavadguitá.

Certamente não abarcarei tudo, mas com algum esforço, abarcarei o necessário. Está em mim; no equilíbrio entre tudo o que desejo e tudo o que realmente fiz chegar até aqui. Está em como me sinto, seja em relação não só ao lugar onde estou, mas também às pessoas que me cercam, ou até mesmo à roupa que visto e tudo o que consumo. Exatamente onde vivo cada instante sem me dá conta que não faço uso de fantasias; onde simplesmente gozo do meu estado físico, mental e material, e os meus pensamentos alçam pernas e braços aos longes, tal qual um grande desbravador. Nesse lugar eu sou, as pessoas são, o mundo é, coisas são coisas, e tudo isto se relaciona com graça total!

Helena.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Boa noite.

Era um pensamento que me fez muito bem tê-lo claro na mente, mas eu o perdi num instante e dele só me restou a sensação leve e resignante. Noutro instante vi que ele ainda estava por ali, talvez guardado no sorriso dela, ou nos seus olhos rasgados tão brilhantes e que têm este poder de dissolver tudo por dentro e por fora de mim. Sosseguei a alma e sorri com largura, e a noite cheia de luzes desceu do céu salpicando as ruas à nossa frente.

Helena.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Anêmona no mar.

O Amor é um acontecimento, mas Amar é verbo e verbo exigi ação; Amar é um projeto de vida. Agente reflete, desenha e depois executa. Tantos aí esperando que o Amor aconteça... Não acredito que Ele não aconteça, Ele é mais, é o Sol primordial da Vida! Talvez esteja faltando mesmo é trabalho. Basta de refletir e desenhar o Amor, Amemos! É tanta Vida neste mundo que nem precisamos sair do nosso habitat; a nossa volta já se estende o infinito. No mais é levantar os olhos, não temer sentir dor, e Amar.

Penso nisto todas as vezes que me encontro, e não é sempre que me encontro assim tão leve pra questionar minhas prisões rotineiras. Temo sucumbir nos meus medos, nas minhas vaidades, temo as certezas que me afastam da Vida, do Amor e do Amar, temo não acreditar que só por ter recebido em dádiva a Vida eu seja grandiosa, embora não mais grandiosa que uma anêmona no mar e o moço largado alí debaixo da marquise.

Temo mas não lamento esta minha fraqueza, pois também me permito imaginar o que seria de mim a Amar, e refletindo redesenho e ensaio uns passos. Passos tortos, desengonçados, mas passos centrífugos, energizados. Sou eu conjugando o verbo mais forte, sou eu dando ares novos à felicidade que por vezes eu teimo em sufocar.

...E tenho razões pra continuar executando esta dança ainda que não tão satisfeita com o desempenho: meu quinhão de dor e decepção é grande, mas a salva de palmas no meu coração é ensurdecedora e me impede de ouvir qualquer ladainha.

Helena.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Meus votos.

Pensei em falar um pouco da nossa história, dos acasos e das coincidências que nos trouxeram tão mágica e delicadamente até aqui. Mas depois eu resolvi me concentrar no que fosse realmente mais importante para este dia; o dia do nosso renascimento, o dia em que celebramos a nossa íntima comunhão de vida e amor.

E o que eu tenho a dizer é que você tem em mim uma metade sua que te ama, e que apesar do “Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo” tem o desejo maior de ser sempre digna desse amor e de tudo o que ele constrói. Que sejamos sempre um todo sem distinção de partes nos amando sem limites.

Não digo “sem limites” pensando que seríamos capazes de fazer qualquer loucura em prejuízo nosso ou de quem quer que seja, mas “sem limites” por não admitir um começo e nem mesmo um fim, e acreditar que se hoje chegamos até aqui é porque só hoje nos foi dado este presente divino de descobrirmos o amor que já existia em nós. Porque não nos amarmos assim? Pois não é mesmo o amor o único que permanece?

Que Deus nos abençoe e mantenha os nossos corações aquecidos por esse amor, e assim possamos seguir o nosso caminho em paz.

Sua Helena.